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  • Espaço a'mais

3 poemas de 'Verbo do rio'

por Mariana Paz


Ela me olha assustada,

cabelos embaraçados e molhados,

o espelho embaça

— ainda há beleza.


**


Eu, hera daninha,

espiralando pelas vigas.


De onde vem esses pássaros que bicam meus peitos?


A mão me cobre,

e as palavras de um santo

constroem as paredes dessa casa.


As estrelas me consolam dos livros.


**


Escrever é um dano,

um cúmulo de vidas

contraídas no núcleo das conchas.


Há falsetes nos vãos.

No canto do peito,

na boca, na cabeça,

a nota sobe.


As conchas murmuram

— Aleluia —

a nova palavra de um livro

— Aleluia —.




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